Cheiro de Moça
Lá da estrada a moça ouve o barulho da carroça, os passos do cavalo negro cocheiam o arado, nessa sintonia do seguir-adiante. Tem cheiro de café quante no ar, a cadeira balança, balança, no sentido do corpo debruçado. O violão chora canções antigas, tão bonitas quanto os últimos vislumbres do sol sobre a relva verde, que ansiosa espera pelos brotos que vão surgir. Vem chegando a primavera, pra banhar de cores o quintal, pintar os lábios cor-de-rosa da moça e distribuir o perfume das peônias pelas campinas. A brisa sopra morna, em mais um fim de tarde. A bailarina de pernas tortas dança, canta e faz rendinhas pro vestido amarelo que deixou rasgar. Pega os pontos, size as falhas, a coleção dos botões vai lhe cair tão bem. As preces alcansaram os céus, com a rapidez de um piscar-de-olhos, o coração que vai-e-vem com o vento, fica batendo. batendo. batendo... por esse barulho do cocheio do cavalo na estrada, com o sopro da canção que o violão faz no ouvido. A tarde se finda, vai embora com conchas nos cabelos dourados, raiando ouro e poeira pelo matagal. A moça quieta, fica na casinha de madeira, e essa casinha sem a valsa do soldadinho de chumbo fica pequena, vazia sem balé.
- Olha moça tem café cheirando o perfume do moço, lá no chalé!
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Olá e ai como vai?
ResponderExcluirAdorei o texto.
Bom,conheço um moça que se encaixaria perfeitamente neste texto srsrsrs
Beijos Evely e tudo de bom
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RIMAS DO PRETO
^^ coisa mais linda !!!
ResponderExcluirbjim e ótima semana ***
eu fiquei visualizando tudo…até senti o cheirinho do café!
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