Ficou na memória...

Tem anos, anos que eu sequer recordo meu rosto sem o teu refletido em meus olhos. Eu o amo, um andarilho com olhos estelares, mãos de nuvens, e sorriso de lagoa, largos, altos, claros.  Palavras não rimam, nem deveriam, somos contradições exatas que encaixam-se nos caminhos da virilidade, oh meu querido. Mesmo que digas saber, não, não sabes  o quanto sinto por ti, como também não sei medir o ritmo do nosso coração batendo rápido sobre o peito macio do outro. Já fui feita das ausências que deixaste em meu colo naquela manhã do outono passado, hoje sou matéria dos sorrisos que lança para minha alma em todas as manhãs, os quilometros que se dissiparam em nada puderam conter meus versos de amor. És meu clichê conhecido, de todas as frases que lhes repito quando posso, és meu viajante texano, dono dos traillers e dos celeiros (só tu podes entender  o que eu quis dizer), és meu cavaleiro, lutaste bravamente para tirar-me da torre, e cá estamos nós, juntos, entrelaçados, muito mais que um trança inteira. Enluarada de sensações e saudades, visto-me de minhas armaduras e benço a Deus, benço esperança para que as pedrinhas reorganizem-se no caminho com pressa, sem nos fazerem tropeçar, outra vez. De certo, há amor, sem definições, manias, exatidões, há amor, é um fato, não se sabe o quanto, se muito, se pouco, somente HÁ-AMOR, e creio não merecer medidas. Este sentimento poderá adormecer com o sol, ou explodir com a chegada da lua embalsamada, mas antes que a alvorada desponte, o horizonte revelará a nós os caminhos que nos guiarão por adiante, e dirão, que por graça, os braços um do outro será o nosso abrigo

Sim amado, a aurora trará as cores necessárias para que os nossos sonhos não morram. Sim, querido, eu posso segurar suas mãos durante todos os anos que quiseres para não lhe deixar sozinho, para não lhe deixar cair.

''Ficou na memória dos meus olhos o clarão do sorriso dos seus. Depois disso tudo, o que sorri pra mim com algum sol faz eu lembrar de você''