Sobre o caminho de volta - não traçado

Nasceu uma violeta no asfalto quente. Em meio a tanto medo. Sim, floresceu.
Como pode uma flor nascer por entre a crosta dura de uma terra conpactadamente infertil? (...)
Nasceu uma violeta, e os carros não passam, não buzinam, não há mais vida apressada aonde nascem violetas. Não há mais violetas aonde correm muitas vidas. Confusão. 
Há uma ligeira imersão naquilo que confunde os olhos e desnuda-se no peito. Não há pressa de compreender leitor, não agora. Flua.
Deixe que a violeta cresça até que entenda para que ela veio. 
Não importa o tempo, nem as trovoadas. Importa que quanto menos esperar, mais violetas poderão nascer. 
Terás então um jardim inteiro sob teus olhos... reconheça: nasceu uma flor, e não uma pedra. 
                     Regue-a. 
Cuide-a.
                     Regue-me.
Cuide-me.


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