Café, canção e margaridas...



Teu amor, se assim chamas, foi para mim como brisa, e depois tempestade.
Derramou óleo quente em meu corpo, lambeu, amou, desdenhou, foi meu e de muitas outras, eu sei, não negues.
Escorrendo pelo meu corpo, sensação impessoal, após o óleo da traição, as queimaduras.
Teus afagos e palavras p-r-o-g-r-a-m-a-d-a-m-e-n-t-e bonitas não souberam apagar, nem sequer amenizar as feridas deixadas - abertas-latejantes-constantes.
Aliás, dentro de mim ainda há vida, há sangue-fervendo-pulsante nas veias finas e verdes, mas não esperança, mas não amor, mas nunca perdão...
Não ainda.
Só há o cinza do dia, o frio das noites e as tardes atolada em tarefas... um café, uma canção e os olhos captando fotografias pelas ruas.
Tudo aqui se completa aos poucos com pequenos fragmentos que vou juntando do caminho.
Não peço nada, não quero nada... nem tampouco quero você. Hoje tenho tudo que uma pessoa precisa para viver: paz, e... Eu quero um repousar tranquilo, e contudo junto a mim, um café, uma canção e margaridas.

Respiro...


Evelyn Colaço

Comentários


  1. Emocionou-me e sentí na alma, toda a beleza de seu poema.
    Lindo, lindo, admiravelmente lindo.
    beijos,
    Léah

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  2. Olá poetisa Evelyn, e que tudo esteja bem!

    Importante deveras é esta vida que ainda pulsa em você, e com ela outros capítulos desta tua jornada você vai juntar mais adiante a estes fragmentados momentos, e ainda assim estarão guardadas em tuas lembranças.

    Um belo e intenso pensamento compartilhado por cá, obrigado, e agradeço também pela amizade e visitas. E deixo cá meu desejo para que seja sempre intenso e deveras feliz o teu viver, abraço e, até mais!

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  3. Gostei muito do teu texto amiga! Descreveu os teus sentimentos com tanta certeza.
    Beijos!

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