Divagações de Eliza
Na primavera, os primeiros raios de sol sobressaindo-se por entres as intrépidas nuvens, são o bastante para que o dia rutilasse em fulgor a venustidade da aurora que escoltaria o dia que portanto nascera. O inverno deu cabo aos dias resplandescentes da estação. Primavera de 1908, não havia maior formosura na vida que os campos de Kinsale banhados pelo dourado solar, a grama banhada pelo orvalho da madrugada, reluzia de um verde limão adóravel, invadia os olhos que rebentavam alegria, o coração simulava em flores o suave pulsar que a paz do lugar trazia a alma das pessoas. Era ali o lugar que vivia Eliza. A primavera vinhera carregada de flores e magia, o sol relutava intensamente nos céus com seu forte brilho, oscilando do amarelo gema, para o laranja pessêgo. Tudo era composto de brisas mansas e ar sereno, o rio caudaloso movia-se lento cortando o vale. O sol cor de abóbora parecia que explodiria, havia raios lançados a quem quisera queimar-se da felicidade primaveril que ali estava como um presente. Pórem, dentro de Eliza só resplandecia o sol da angústia; Sentara ao lado riacho, sobre a sombra dos longos galhos do carvalho que Bernard dizia ser o seu, sentada ali, acreditaria que os galhos poderiam ser como os braços de seu amado, envoltos sobre si para que estivesse enfim protegida...embora não de tudo: as lembranças vinham em cada latejar de seu pensamento, em cada batida de seu coração, em cada inspirar fraco de sua respiração cansada. Deslizava os pés sobre a água, e desejava banhar-se por Bernard. Naufragar o navio-mulher em seu cais perdido, e afundar-se cada vez mais na lagoa de seus olhos. Eram apenas mais divagações que ladeavam sua cabeça, estava farta da espera que no fundo sempre hesitava em crer, e porventura devesse não acreditar mesmo. Contudo, que aceita o amor, senão a fé?
Eliza não sabe como será o fim desta estação, se morrerá rodeada da alegria que se vê e não se consegue sentir, ou se deambular-se-á solitariamente pelos bosques, para encontrar Bernard, desta vez, apenas nos sons, nos laços que fez nas árvores, no vento, na alma, em sua alma.
A música é um afago, é um sussurro.
Eliza não sabe como será o fim desta estação, se morrerá rodeada da alegria que se vê e não se consegue sentir, ou se deambular-se-á solitariamente pelos bosques, para encontrar Bernard, desta vez, apenas nos sons, nos laços que fez nas árvores, no vento, na alma, em sua alma.
Em memória.
Evenllyn C. Colaço A música é um afago, é um sussurro.
Jeff Buckley - Hallelujah
Olá e ai tudo bem?
ResponderExcluirBelo texto,apesar de ser um pouco triste.
Visita meu blog por favor?Tenho um novo post
RIMAS DO PRETO
Beijos e boa semana
linda, tem selinhos pra vc lá no blog.
ResponderExcluirbeijo!
Que lindo, Evelyn! Quero uma continuação!
ResponderExcluirSaudades de ti, pequena.
Muito liiindo! Amei! *-*
ResponderExcluirBelissimo texto Evelyn, parabéns querida!
ResponderExcluirBeijosss
Vou visitar sim querida, obrigado pela a indicação.
ResponderExcluirUm Abração!!
"Eliza não sabe como será o fim desta estação"
ResponderExcluirNós nunca saberemos como será o fim de cada estação, e para Eliza, desejaria que fosse um fim de estação cheio de muitas alegrias e sorrisos, com muita paz, e um coração curado desta dor que tanto insiste em habitar dentro dela.
Beijos doces, Dreams.
Descobri teu blog, através de um outro que visito regularmente e não resisti a dar uma olhada. Gostei bastante daquilo que li e prometo voltar mais vezes.
ResponderExcluirBjs
Olá, Evelyn.
ResponderExcluirQue texto mais lindo, querida! Cheio de recordações e de imagens belíssimas... amei! Parabéns!
Beijos :)
os detalhes da paisagem só faz o coração doer, entendendo por completo a angústia de eliza; ah, e como eu entendo. a espera é sempre doída, ainda mais quando se vem acompanhada da dúvida. cada palavra sua, cada sentimento descrito, parece tudo ter saido de dentro de mim, tudo o que eu não consigo por pra fora, tudo esclarecido; dá pra dizer que quando leio os teus posts eu já faço uma auto-análise ?! sinceramente, eu adoro quando você posta coisa nova, eu sei que tuas palavras SEMPRE vão me tocar, cada vez mais fundo. eu adoro aqui, adoro tuas palavras. e obrigada eternamente por todo o teu carinho, de verdade.
ResponderExcluirbeijo :*
Eu adoro tudo isso aqui...
ResponderExcluirE a musica? É perfeita, é sussuro, é paz, e tudo de você mesmo.
Beijo.
Cuita-te bem, cuida-te por favor.
Tentamos, sempre, entender o fim de cada estação que há em nós.... =/
ResponderExcluirperfeito!
Confesso que estou a aguardar pelos próximos passos. Fiquei imaginando o olhar dela rumo ao horizontes. Suas sensações e emoções. O pulsar equivocado de seu coração que se aflinge diante do que é possibilidade e vez ou outra nada é. Que angústia prazerosa, digo isso pois a leitura se deu em segundos e eu esperando por um desfecho sutil. Sim, a impossibilidade é sutil, afinal, dois caminhos sempre há.
ResponderExcluirVou-me agora e deixo meu abraço a sua gentil alma.
Ps. O único meio de seguir o menina de asas é através do feed. Pois como está no wordpress, infelizmente não há como colocar o "seguir" do blogger por lá. Mas agradeço sua visita e seu olhar... Bacio
Suas palavra também se encaixam com facilidade em meus dias e sentimentos, gosto muito do teu blog.
ResponderExcluirSobre você seguir é como todos os outros.. clicar seguir e pronto, não entendi porque não deu (talvez eu estava atualizando na hora) beijos
Muito bom! Voltei e li umas 3 vezes a frase "Naufragar o navio-mulher em seu cais perdido, e afundar-se cada vez mais na lagoa de seus olhos." Adorei!
ResponderExcluirEve, quanto tempo não é mesmo? adorei sua presença e palavras em meu blog. Volte sempre que quizer e continue escrevendo. Fim do ano está aí e com tudo mais calmo passarei aqui todas as vezes que postar pra te ler. volte sempre, você sabe..voce é de casa.um beijo moça bonita, e bom começo de semana.
ResponderExcluirQue saudade de você, que saudade do seu cantinho..
ResponderExcluirte amo!
Mais belo do que a paisagem, é o sentimento de Eliza, que nunca deixa de esperar por Bernard, e seu amor é maior do que a dor que está sentindo. Isso é muito admirável, e acho que Eliza reflete cada um de nós, homens ou mulheres, pois, hora, quem não espera alguma coisa?! Quem não aguarda o retorno do amado, a realização de um sonho?! E Eliza olha para o horizonte, e faz dos galhos do carvalho aqueles braços que por muito a acalentaram e protegeram. O que mais pode ela fazer? Só esperar enquanto fita o pôr-do-sol e vê o fim de mais um dia? E se Bernard nunca mais voltar? Por que um ser tão doce como ela merece um destino assim? Não! Definitivamente, injustiças assim não deveriam acontecer. Então corra Eliza, corra em busca do seu amado! E um dia vocês se sentarão de novo embaixo do belo carvalho e vivam de novo este grande amor. =)
ResponderExcluirOs detalhes da paisagem preencheram o texto de forma divina, tão lindo Eliza e seu amor.
ResponderExcluirParabéns pelas palavras!
Menina flor!
ResponderExcluirO que dizer sobre seu blog? Eu simplesmente adoro ler teus posts...são sempre intensos e cheio de uma magia incrível!
Essa postagem é incrível! Ninguém sabe como será o fim da estaçã...o importante é viver intensamente e correr atrás do que te faz bem, no caso de Eliza, o seu amado!
Evy, que lindo!
Parabéns menina...muita paz, muita luz, poesia e sucesso sempre!
A primavera é uma estação linda, mágica.. Tão colorida, viva. Enche de esperança os corações.
ResponderExcluirLindo, tão lindo.
Muito obrigada pelas visitas e pelos comentários sempre tão doces, carinhosos, e me desculpe por não responder à altura, estou um pouquinho sem tempo. Mas prometo que da próxima vez que vier, terei todo o tempo do mundo, rs.
Beijo linda.
adooro A Primavera\o/
ResponderExcluire esse teu texto está lindíssimoo
Cheio de beleza e felicidade, tal como a primavera^^
Bjô
De longe, um dos mais lindos que já li aqui.
ResponderExcluirBeijo, moça.
Bah, tchê! Que texto doído! Dá pra sentir cada palavra!
ResponderExcluirBela escrita!
Abraço do leonel
da primeira vez estava tão apressada, nem comentei, rs.
ResponderExcluirfico pensando nos sonhos de alguem em 1908, o que esperava uma mulher nessa época, sim o amor, sempre ele, mas seria do jeito que esperamos hoje?
beijo!
ps. amo o jeff
Quero ver quando você vai tirar um tempo pra me ligar.
ResponderExcluirPamonha!
obrigadinho pelas visitas e comentários. keep writing.
ResponderExcluirAdorei seu post! Gosto de ler o que escrevem, pois só assim aumenta minnha sabedoria.
ResponderExcluirTmbém gostei de seu blog. Parbéns.
Um abração.
Um Feliz Natal.
Um descrição antiga, misturando com (teus) dias contemporaneos. Não preciso dizer nada, NUNCA. Você é um livro aberto.
ResponderExcluirVocê é muito importante pra mim, minha linda.
Nossa, sempre bela...
ResponderExcluirSaudades daqui, estava sem internet :/
Mas gosto muito daqui, seus textos mexem comigo.
Beijos.
Querida, passando para te desejar um Natal cheio de paz e alegria junto aos seus. :)
ResponderExcluirBeijo grande!
"Contudo, que aceita o amor, senão a fé?"
ResponderExcluirA minha fé é inabalável.
E espero encontrar o meu Bernard no fim desse inverno que subitamente se instalou por aqui.
Sou fã do que você escreve, você sabe, e sempre fico muito feliz com suas palavras no meu blog :*
Evelyn amada!!!!
ResponderExcluirMinha linda , fizemos uma postagem de final de ano, que cabe no seu coração que esteve conosco...
bjs grandes muito amor e paz!
Lulu & Sol
Feliz Nataaal \o/
ResponderExcluirpassa no Teen.Tação que está rolando promo de natal^^
Bjô
Bom domingo e finalzinho de dezembro \o/...
ResponderExcluirUm beijo inteirinho para ti...se não fosses tu...seria só 1/2 beijo...rsrsrsrsrs....
Lindo demais o que escreveu.
ResponderExcluirNão há como saber como será o fim da estação e a única coisa que nos resta é viver e fazer p máximo possivel para realizarmos nossos sonhos.
Lindo o blog, parabéns!
Beijos :*